Lideranças do centrão descartam a possibilidade de desembarque do governo Lula (PT) por ora, mas ampliam a pressão para que o petista conclua a reforma ministerial após pesquisa Datafolha que mostrou queda acentuada na aprovação do presidente.
Especulações sobre uma ampla troca na Esplanada circulam desde o segundo semestre do ano passado. Com a crise de popularidade, esses integrantes de partidos que fazem parte da base de Lula no Congresso Nacional avaliam que está crescendo o risco de aliados perderem o interesse de assumirem ministérios.
A se concretizar, a situação representaria um clima de mal-estar absoluto com os parlamentares, e as pautas do governo dependem de uma base coesa para aprová-las.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14) mostrou que a aprovação de Lula desabou em dois meses, de 35% para 24%, chegando a um patamar inédito para o petista em suas três passagens pelo Palácio do Planalto. A reprovação também é recorde, passando de 34% a 41%. Acham o governo regular 32%, ante 29% em dezembro passado, quando o Datafolha havia feito sua mais recente pesquisa sobre o tema.
A visão de que é preciso urgência na reforma ministerial se dá ainda por dois motivos: os que são cotados para as trocas estão há meses sangrando, sem uma definição, o que acaba ampliando o desgaste com aliados; e há o prazo de desincompatibilização do cargo, em abril do ano que vem, o que daria cada vez menos tempo para um eventual novo ministro no posto.